O CRIADOR E A CRIATURA

De amarelo, no centro, Tio Pedro. Ciador e criatura, 33 anos depois.

No ano de 1981, a pequena mas larga rua Reginaldo Pujol, no alto do Morro da Cruz, era um campinho de futebo feito de areião e pedra. Era lá que todo fim de tarde, no verão, os moradores ´´batiam uma bolinha``. E foi ali que que o alemão Flório, o Juvencio, Antonio Carlos, o ´´cavalo``,  Francisco, o ´´chicão``,  o Luis pintor e o tio Pedro criaram o Flamenguinho do Morro da Cruz. E foi João Pedro do Amaral Vargas, o Tio Pedro, que comprou as primeiras camisetas do time. Eram de malha grossa vazada, lembram? Eram usadas também. Algumas até rasgadas já. E só haviam as camisetas! Calções e meias cada um que se virasse..
Os primeiros amistosos foram no antigo campo do Hospital de Clinicas. Quando o Tio Pedro se afastou, o alemão Florio assumiu. Tinha um fusca bege. E nos domingos enchia aquele fusquinha de ´´nego`` e partia para qualquer campo que tivesse jogo marcado. Depois dele veio o Pachecão. O mais verdadeiro apaixonado por futebol de várzea que conheci. Nascido e criado no meio da ´´negrada`` da Santa Maria como ele mesmo gostava de dizer, foi um dos maiores artilheiro do Murialdo. Vestiu a camisa do Flamengo como poucos já o fizeram, e no leito de morte, passou o bastão para o então presidente Froner. Neste domingo de decisão, fizemos questão de trazer para o campo da Intercap, o Tio Pedro, o homem que deu vida a este clube que é o maior vencedor da história da Intercap. Foram 7 títulos em 9 disputados desde que entrou na categoria veterano em 2010, incluindo um municipal da série B. É Nossa singela homenagem ao criador de um grande e duradouro time de várzea.